A culinária da Chapada Diamantina
Açafrão – O ouro da Chapada!
A culinária da Chapada Diamantina, é rica como sua historia, por ali passaram tropeiros que logo se tornaram garimpeiros no Ciclo de Ouro no século XIX.
Diversa e singular a culinária local é remanescente do tempo dos garimpos, que com o passar do tempo, deixou suas marcas na economia, na arquitetura rebuscada, preserva até hoje profunda relação com sua gente.
Açafrão da Terra ou Cúrcuma
O Ouro em pó da Chapada Diamantina.
O açafrão-da-terra (Curcuma longa L. Família: Zingiberaceae) é originário da Índia e foi introduzido Brasil no período colonial, o açafrão-da-terra foi trazido para a Chapada Diamantina por bandeirantes e garimpeiros.
Garcia de Orta, médico do Vice-rei da Índia, refere a planta Açafrão-da-Índia ou Croco Indiaco ou Cúrcuma: “Nasce no Malabar, em Calecute…também se dá aqui em Goa mas em pequena quantidade… Avicena parece fazer menção dele (…) Vulgarmente utilizam-se desta raiz para tingir e adubar os alimentos, tanto aqui como entre os Árabes e Persas, pelo motivo de ser comprado mais barato que o nosso açafrão, que também se dá na terra deles; também se aplica em Medicina, principalmente em medicamentos de olhos e para a sarna” (Garcia de Orta, 1563, Colóquio II, 18: 77). A sua raiz era muito utilizada como Medicina na Índia para tenir los guisados, como para “las efermidades de los ojos e para la sarna com çumo de Naranja, Leteargirio, y azeyte de Coco (Costa, 1578: 257-58).” Sendo nativa da Índia e Ásia Meridional foi uma das muitas plantas trazidas nas caravelas quinhentistas portuguesas para o Mundo Ocidental.
Garcia de Orta (Castelo de Vide, c. 1501 — Goa, 1568) foi um médico judeu português que viveu na Índia. Foi um autor pioneiro sobre botânica, farmacologia, medicina tropical e antropologia.
A descrição da geografia, fauna, flora, clima, costumes, línguas e religião dos povos encontrados correspondem às expectativas de um público ávido de conhecimento e experiências novas.
No século XIX os jardins botânicos e os museus se apresentam como um imenso livro da natureza, uma vez que dos quatro cantos do mundo, os naturalistas europeus, recolhem mudas, sementes, animais exóticos e minerais preciosos, cujo inventário revela a imagem de uma natureza inesgotável e de variedades infinitas; milhares de exemplares foram registrados por jardineiros e botânicos, estudiosos da geologia, zoologia e meteorologia desse período.
Muito do que de relevante sabemos hoje, sobre os tropeiros, se devem aos diversos relatos deixados por estes naturalistas.